Após Master na França, brasileira abre consultoria para projetos culturais

Objetivo é acelerar iniciativas culturais, audiovisuais ou sociais em parceria com instituições francófonas

Criar pontes é a principal missão da ÇA[RA]VA, consultoria recém fundada por Mariana Brecht, que acaba de voltar de Albi, onde cursou o Master em Estratégias culturais internacionais. O nome da empresa, jogo entre as saudações francesa (ça va) e brasileira (saravá), mostra a essência da iniciativa: viabilizar projetos brasileiros em territórios francófonos por meio da criação de parcerias de coprodução e inscrição em editais de circulação e financiamento.

A consultoria trabalha em três frentes para conectar produtores e artistas brasileiros às instituições francófonas: a tradução especializada, a aceleração e inscrição de projetos em fundos e festivais específicos de cada área, com uma montagem personalizada de um plano de ação internacional, assim como o acompanhamento dos mesmos.

Laço com a França

A ÇA[RA]VA é fruto de uma longa relação de sua fundadora com a França. Formada em audiovisual pela ECA – USP, Mariana teve sua primeira experiência na no país em 2012, quando foi fazer um intercâmbio acadêmico na Université Lumière Lyon 2. Em seguida, realizou uma pós-graduação em relações internacionais na Damásio Educacional e decidiu voltar mais uma vez à França, para aprofundar sua pesquisa sobre cooperação cultural internacional.

“Eu sempre pensei em cultura como uma ferramenta para atingir outros objetivos, como criar laços entre pessoas, um fator de desenvolvimento econômico e sustentável, a divulgação de um território ou mesmo para atrair investimentos. Ao mesmo tempo, acho legal como a França valoriza a cultura de uma forma não centralizada. Toulouse, por exemplo, é uma cidade que tem 600 mil habitantes cuja vida cultural me satisfazia quase tanto quanto São Paulo. Isso traz uma qualidade de vida. Aqui no Brasil, muitas pessoas saem do interior por causa disso, é uma fuga de cérebros dos territórios. Vão se esvaziando os territórios ditos rurais por conta da falta de investimento na cultura, nas políticas públicas culturais. Era isso que eu queria investigar na França”, conta.

Além de ter o país como uma referência, Mariana também estava em busca de uma formação menos teórica, que afirma não ter encontrado no Brasil. Durante o curso oferecido pela Université de Toulouse, ministrado em três idiomas, teve a oportunidade de estagiar no Instituto Francês de Montenegro e no Instituto Francês de Barcelona, onde pôde presenciar, na prática, os mecanismos franceses da diplomacia cultural.

Quando retornou ao Brasil, identificou a dificuldade para viabilizar seus próprios projetos, assim como de seus colegas, em outros espaços que não fossem o Brasil. Surgiu então a ideia de juntar sua bagagem profissional e acadêmica, além da paixão pelo meio cultural, em um serviço. Assim nasce a ÇA[RA]VÁ: “a ideia surgiu porque eu estava trabalhando em um projeto que era meu e tinha que ter uma coprodução francesa. Foi aí que eu vi tudo o que isso implicava. Como era uma produtora pequena, o pessoal não tinha recursos para ir nos eventos de mercado para fazer contatos, e ainda tinha a barreira da língua. Eu comecei a perceber que o meu conhecimento foi útil para o meu caso e poderia também ser útil para outros produtores, ajudar nessa busca, encontrando soluções que possam casar com cada projeto”.

Conheça a ÇA[RA]VÁ

No dia 15 de março de 2019, às 19h30, a ÇA[RA]VA realiza um evento na SP Francófona (Rua Tavares Bastos, 897 – São Paulo). Para conhecer a consultoria, acesse o site e o Instagram.

 

 

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