
Diplomados das “Grandes Écoles” francesas mantêm boa inserção profissional
A Conferência das Grandes Escolas (CGE) publicou sua pesquisa anual sobre a inserção profissional, confirmando uma tendência já consolidada: os jovens diplomados dessas instituições encontram rapidamente seu lugar no mercado de trabalho. No entanto, o índice líquido de emprego em menos de seis meses caiu para 80,2% para a turma de 2024, uma leve diminuição em relação ao ano anterior, compensada pelo aumento nos salários dos recém-formados.
A 32ª pesquisa de inserção profissional dos diplomados das Grandes Escolas foi realizada entre dezembro de 2023 e março de 2024. Segundo a CGE, a participação foi expressiva, com 199 das 203 escolas envolvidas (98%) mobilizando seus ex-alunos, resultando em 103.568 questionários válidos. Esse nível de adesão permite obter resultados mais confiáveis, respeitando as especificidades de cada instituição.
Empregabilidade varia conforme a especialidade
De acordo com o presidente da CGE, em 2023 os números foram “recordes devido ao efeito de recuperação pós-Covid”. Em 2024, os resultados retornaram aos níveis anteriores à pandemia. Apesar do contexto econômico mais desfavorável, especialmente para cargos de gerência, a inserção profissional da turma de 2023 se manteve elevada, em 85,8%, mesmo com uma queda de 4,7 pontos percentuais.
O desempenho varia conforme o perfil do diplomado:
- Os engenheiros registraram a melhor taxa, com 89,6% empregados (-3,5 pontos).
- Os diplomados de outras especialidades apresentaram 81,5% (-4,5 pontos).
- Os gerentes sofreram a maior queda, chegando a 81,2% (-6,5 pontos).
Contratações rápidas
O ingresso no mercado de trabalho continua rápido: 84,6% dos jovens diplomados estavam empregados em até dois meses, um leve recuo em relação ao ano anterior (86,6%).
- 86,5% dos engenheiros são contratados em menos de dois meses após a graduação.
- Para os gerentes, o índice é de 82,3%; para outras especialidades, 79,7%.
- 66,9% já tinham contrato assinado antes da colação de grau.
A maioria absoluta dos jovens diplomados (91%) afirma ocupar uma vaga condizente com sua qualificação. A esmagadora maioria trabalha como empregado (97,4%), distribuídos em pequenas (32,3%), médias (29,4%) e grandes empresas (31,5%). O percentual de contratos de trabalho sem prazo determinado recuou ligeiramente (-1,3 ponto), estabilizando em 86,6% entre engenheiros, 86% entre gerentes e 62,1% entre outras especialidades.
Salários em alta, com vantagem para gerentes
O salário bruto médio anual na França, sem considerar bônus, atingiu 39.010 euros (+2,2% em um ano). O aumento foi semelhante para engenheiros (+2,4%) e gerentes (+2,3%), enquanto os diplomados de outras áreas viram estabilidade salarial (-0,6%).
Gerentes lideram em remuneração: recebem em média 1.700 euros a mais que engenheiros e 2.200 euros a mais que diplomados de outras especialidades. Incluindo bônus, a diferença sobe para 4.400 euros e 5.200 euros, respectivamente.
Localização dos empregos se mantém estável
A proporção de diplomados empregados no exterior é estável, em torno de 11%. Gerentes (14,8%) e outras especialidades (14%) têm maior presença fora da França que engenheiros (9%).
Entre franceses, 8,4% trabalham fora do país, sendo 3,6% na União Europeia e 4,8% fora dela. Entre diplomados estrangeiros, 27,2% optam por trabalhar no exterior, frequentemente retornando a seus países de origem.
A maioria dos empregos na França concentra-se na Île-de-France, especialmente entre gerentes e outras especialidades. No entanto, 61,3% dos engenheiros trabalham em outras regiões do país.
Boa inserção das mulheres
As taxas líquidas de emprego são de 87,6% para homens e 83,3% para mulheres, um aumento da diferença em relação ao ano anterior (4,3 pontos contra 3,2). O desempenho das engenheiras se destaca, com 88,1% empregadas e uma diferença menor em relação aos homens (-2,2 pontos). Para outras especialidades e gerentes, a diferença é mais acentuada, com taxas femininas em torno de 80%.
Apesar da rápida inserção (83,4% das mulheres e 85,3% dos homens em até dois meses), as mulheres ocupam menos frequentemente cargos de chefia, têm menos contratos permanentes e recebem salários médios 5,2% inferiores aos dos homens, embora a diferença tenha diminuído ligeiramente.
Poucos desempregados e poucos em continuação de estudos
Em 2024, 12,2% dos diplomados estavam buscando emprego, 3,9 pontos a mais que no ano anterior. Apenas 3,7% dos diplomados optaram pela continuação dos estudos com doutorado, sendo este caminho mais comum entre engenheiros (6,3%). As mulheres representam 35,8% dos doutorandos.
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