2025-2026: o Ano da Engenharia é lançado na França

Depois da química e da física, é a vez da engenharia ter o seu ano! Oficialmente lançado em 1º de outubro, o Ano da Engenharia se estenderá por todo o ano letivo francês, com uma ampla programação dedicada à valorização das profissões e saberes científicos e tecnológicos. A iniciativa, apoiada pelo Ministério do Ensino Superior e da Pesquisa, pelo CNRS e pelas Conferências de Instituições (CDEFI, CGE e France Universités), tem como objetivo aproximar as formações, a pesquisa, as empresas e o grande público em torno dos desafios contemporâneos da engenharia. Mais do que uma celebração, o Ano da Engenharia quer inspirar vocações e estimular a construção de um futuro sustentável e responsável.

Ciência, carreira e orientação

Apresentado no site oficial do evento como “uma forma de construir o futuro”, o Ano da Engenharia se propõe a ser, ao mesmo tempo, um ano de mediação científica e um espaço de informação sobre as formações e profissões da área — da graduação ao doutorado.

O projeto busca despertar o interesse do público pelas ciências da engenharia, mas também orientar jovens e estudantes sobre as diversas oportunidades acadêmicas e profissionais do setor.

Para isso, os organizadores pretendem mobilizar instituições de ensino, universidades, centros de pesquisa e empresas tecnológicas em todo o país. A programação incluirá intervenções em escolas e universidades, estágios de imersão, oficinas e eventos pontuais, favorecendo o contato direto entre estudantes, pesquisadores e profissionais.

 

Um contexto estratégico para a França

O Ano da Engenharia 2025-2026 se insere em um contexto estratégico em que a França investe fortemente em ciência e tecnologia, por meio de programas como o plano France 2030.

Diante dos desafios das mudanças climáticas, das incertezas geopolíticas e da competição global, a engenharia é reconhecida como um pilar essencial para fortalecer a autonomia e a resiliência do país.

Parceiro-chave da iniciativa, o CNRS destaca dois grandes eixos que orientam essa mobilização:

  • A adaptação às mudanças climáticas e sua mitigação;
  • A preservação dos recursos naturais e da biodiversidade, dentro das transições energética e ecológica em curso.

 

Segundo o CNRS, esses objetivos só podem ser atingidos com uma ampla mobilização de talentos em todas as áreas científicas e tecnológicas — desde os laboratórios de pesquisa e instituições de ensino até as administrações públicas e o setor produtivo.

Entre os setores mais diretamente impactados estão a saúde, a alimentação, o meio ambiente, a indústria de transformação, os transportes, a energia e as telecomunicações.

Mais amplamente, a engenharia também é vista como um motor para o fortalecimento da autonomia estratégica da França e da resiliência de sua economia.

 

Dinamizar e inspirar

Além de responder a esses grandes desafios, o Ano da Engenharia também busca revitalizar o setor e atrair novas gerações.

Entre os principais objetivos da iniciativa estão:

  • Criar pontes entre escola, pesquisa e empresa, por meio de parcerias e “passarelas concretas” entre laboratórios, instituições de ensino e empresas tecnológicas;
  • Valorizar a diversidade das carreiras de engenharia, mostrando a pluralidade de percursos e funções — da pesquisa à produção, da inovação à manutenção e ao reaproveitamento;
  • Combater estereótipos e promover a inclusão, com ações voltadas à igualdade de oportunidades;
  • Despertar a curiosidade e o engajamento científico, oferecendo desafios, encontros, recursos pedagógicos e visitas que coloquem a invenção e a criatividade no centro da experiência escolar e universitária;
  • Aproximar engenheiros, pesquisadores e o público em geral, por meio de conferências, oficinas, mediações e produções multimídia, destacando “aqueles e aquelas que concebem, testam, adaptam e reparam o mundo técnico”.

 

Panorama das escolas de engenharia na França

A CDEFI (Conferência dos Diretores das Escolas Francesas de Engenharia) publicou, em junho, seu Panorama das Escolas Francesas de Engenharia referente ao ano acadêmico 2023-2024.

O estudo revela que as escolas de engenharia francesas contam com cerca de 257 mil estudantes, em todos os níveis e formações.

Desses, aproximadamente 203 mil estão matriculados em formação de engenheiro, enquanto pouco menos de 4.200 frequentam o Bacharelado em Ciências e Engenharia.

No plano internacional, os números também impressionam: em 2023-2024, havia cerca de 47.400 estudantes estrangeiros nas escolas francesas de engenharia — o equivalente a mais de 20% dos matriculados.

Desse total, 3% são europeus e 17% extracomunitários, sendo 66% provenientes de países africanos.

A CDEFI observa ainda que metade dos inscritos em mestrados especializados e doutorados é de nacionalidade estrangeira.

Além disso, cerca de 50 escolas de engenharia francesas mantêm campi no exterior, em diferentes regiões do mundo — com exceção da Oceania e da América do Norte.

 

Engenharia no centro do futuro

Com essa ampla mobilização, o Ano da Engenharia 2025-2026 pretende reforçar o papel essencial da engenharia como motor de inovação, sustentabilidade e coesão social.

Entre laboratórios, salas de aula e empresas, a iniciativa quer mostrar que a engenharia está em tudo o que transforma o mundo — e que o futuro, mais do que nunca, será projetado por engenheiros e engenheiras.

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Publicado em 29/10/2025 à 16:24*
Atualizado em 29/10/2025 à 17:00*
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