A progressão da França nos rankings internacionais nos últimos 10 anos

Surgindo gradativamente desde os anos 2000, os rankings internacionais de universidades e instituições de ensino superior desempenharam um papel significativo no cenário acadêmico. Amplamente divulgados e destacados tanto pelos governos, pela mídia quanto pelas próprias instituições, a publicação desses rankings tornou-se um evento regular, assim como as críticas, especialmente em relação aos critérios de seleção. Uma maior competição entre as instituições foi estabelecida, juntamente com estratégias para melhorar suas posições, principalmente e por meio de fusões.

Os rankings podem ser analisados tanto pelo número de instituições de um país classificadas - por exemplo, a França tem 27 instituições no ranking de Xangai - quanto pela evolução de cada instituição - Paris-Saclay está classificada em 15º lugar em 2023. O surgimento de rankings temáticos, mais recentemente, permite que a França se destaque em áreas específicas, como matemática, ecologia, oceanografia e até mesmo MBA.

Nos últimos dez anos, a posição geral da França melhorou nos rankings internacionais, em correlação com a consideração, pelos rankings, dos novos agrupamentos de instituições como Paris-Saclay, PSL ou Sorbonne Université. 

Conheça alguns destaques:

A França experimentou uma queda no número de instituições no top 500: depois de posicionar 23 entre 2007 e 2009, esse número diminuiu gradualmente, especialmente entre 2019 e 2020, com quatro "saídas" do top 500. Isso pode ser explicado, especialmente, pela fusão de várias instituições em um único EPE. Esse número aumenta em 2023 com o surgimento de duas novas instituições.

Em comparação, a Alemanha tem um total de mais instituições classificadas do que a França (45 contra 27), mas menos no topo do ranking: não tem nenhuma no top 50 (em comparação com 3 para a França), 4 no top 100 (como a França), 31 no top 500 (contra 18 para a França).

A Universidade de Xangai também produz rankings temáticos: as instituições francesas se destacam, pois 84 estão classificadas em 2023, em 51 classificações disciplinares das 55 presentes no ranking.

A França se destaca especialmente em matemática, com 35 instituições classificadas, incluindo duas no top 5 (Paris-Saclay em 2º e Sorbonne Université em 4º). As universidades francesas também se destacam em outras disciplinas, ocupando 7% das posições em oceanografia e engenharia metalúrgica, 6% em ecologia e tecnologia médica.

Center for World University Ranking (abril)

O CWUR produz um ranking anual com base em vários critérios: qualidade do ensino, pesquisa, corpo docente com base em distinções recebidas, taxa de empregabilidade e número de ex-alunos que alcançam cargos de responsabilidade.

O número de instituições francesas no topo do ranking aumentou ao longo dos anos, passando de uma única no top 50 na primeira edição de 2012 para cinco na edição de 2023: PSL (21º), Paris-Saclay (32º), Université Paris Cité (39º), Sorbonne Université (41º) e Institut Polytechnique de Paris (45º). No total, 77 instituições francesas estão classificadas na edição de 2023.

CWTS Leiden Ranking (junho)

O CWTS da Universidade de Leiden publica anualmente vários rankings universitários, calculados com base em indicadores bibliométricos. No ano acadêmico de 2011-2012, nenhuma universidade francesa estava no top 100 do ranking de "impacto científico", com base no número de citações dos artigos, enquanto em 2021 duas universidades francesas estão no top 100: Paris-Saclay (88ª) e Sorbonne Université (90ª). Em 2023, 33 instituições francesas estão classificadas (+3 em relação à edição anterior), mas nenhuma está no top 100: Paris Cité (106ª), Sorbonne (110ª), Paris-Saclay (123ª).

O CWTS publica outros três rankings temáticos, com base no número de colaborações, no número de publicações em acesso aberto e no número de mulheres autoras. Em 2023, é nesta última categoria que as universidades francesas se destacam melhor: cinco no top 100, incluindo duas no top 20, Université de Paris (14ª) e Sorbonne Université (21ª).

Ranking de Xangai (agosto)

Criado em 2003, o ranking da Universidade Jiaotong de Xangai é um dos rankings mais aguardados e reconhecidos no mundo acadêmico. Ele compara 1000 instituições de ensino superior com base em critérios acadêmicos, como o número de prêmios Nobel e medalhas Fields (passados e presentes), o número de artigos publicados nas revistas Nature e Science, entre outros indicadores de referência.

Em 2023, a França ocupa a 4ª posição global em número de instituições no top 50 do ranking de Xangai, com 3 instituições, ficando atrás dos Estados Unidos (28), Reino Unido (6) e China (4), mas à frente da Suíça (2), Canadá (2), Japão (2); Dinamarca (1), Austrália (1) e Suécia (1). No total, 27 instituições francesas estão classificadas (-1 em relação a 2022), sendo que mais de dois terços delas estão na primeira metade do ranking (top 500).

Além destas, as quatro instituições francesas do top 100 ganham mais posições do que perdem: Paris-Saclay 15ª (+1 lugar), PSL 41ª (-1), Sorbonne Université 46ª (-3), Université Paris-Cité 69ª (+9).

A presença de Paris-Saclay, classificada em 15º lugar, permite à França reivindicar a 3ª posição em número de instituições no top 20, empatada com a Suíça. Paris-Saclay também é a primeira instituição não anglo-saxã de todo o ranking.

No top 500, a França se torna o 6º país empatado com 18 instituições classificadas em 2023 (+2), empatando com o Canadá (-1), ultrapassando a Itália (17 instituições), mas ainda atrás da Austrália, Alemanha, Reino Unido, China e Estados Unidos.

Rankings do Financial Times (setembro)

Desde 2005, o Financial Times publica um ranking dos melhores mestrados em gestão (MiM). Este é estabelecido com base em 17 critérios, como internacionalização da escola (cursos internacionais e mobilidade dos estudantes), diversidade de pessoal e estudantes (nacionalidade, sexo), salário dos graduados e progressão em suas carreiras... No ranking MiM de 2011, dezesseis escolas francesas estavam classificadas.

Em 2023, a França se destaca com 21 escolas classificadas no top 100: é o país mais representado globalmente, superando o Reino Unido e os Estados Unidos. Entre as escolas francesas, quatro estão no top 10: HEC Paris (1º, +1), ESCP Business School (4º, +1), Essec Business School (5º, +1) e EMLyon Business School (7º, +2).

O ranking dos melhores mestrados em finanças (MiF) também destaca a excelência francesa, pois o top 4 de 2023 é 100% francês, na seguinte ordem: ESCP BS, HEC Paris, Essec BS e Skema BS.

Confira o relatório completo: campusfrance.org/fr/ressource/la-france-dans-les-classements-internationaux