
De Cézanne a Matisse: 2025 é um ano de grandes exposições na França
Em 2025, a França transforma seus museus em vitrines de redescoberta artística, oferecendo ao público experiências enriquecedoras que conectam história, modernidade e identidade cultural em várias regiões do país.
O ano de 2025 promete ser marcado por eventos culturais de grande importância na França, com destaque para as 28 exposições reconhecidas com o selo “Exposition d'intérêt national” (Exposição de Interesse Nacional). Criado pelo Ministério da Cultura em 1999, esse selo valoriza exposições que se destacam pela originalidade, abordagem inovadora e ações de mediação cultural voltadas a todos os públicos, especialmente nos museus regionais.
Cézanne em Aix-en-Provence
Entre os destaques, a cidade de Aix-en-Provence celebra uma de suas maiores figuras: Paul Cézanne. A exposição “Cézanne no Jas de Bouffan”, em cartaz no Museu Granet até 12 de outubro, reúne cerca de cem obras em colaboração com museus da América, Europa e Japão. Além da mostra principal, a cidade reabre a casa de família do artista e seu último ateliê, além de propor um passeio pelas famosas pedreiras de Bibémus, local que inspirou diversas obras de Cézanne. O projeto é apresentado como “o início de uma nova história”, que reconecta Aix-en-Provence ao seu filho mais ilustre.
Preto e luz na retrospectiva de Pierre Soulages em Montpellier
Outro grande evento acontece em Montpellier, onde o Museu Fabre apresenta a primeira retrospectiva dedicada a Pierre Soulages desde sua morte em 2022. A exposição, em cartaz até janeiro de 2026, celebra tanto o legado do artista, mestre absoluto do preto e da luz, quanto a doação generosa que Soulages fez ao museu duas décadas atrás. A mostra propõe ao público redescobrir um dos maiores nomes da arte contemporânea francesa.
De Camille Claudel aos festivais flamengos, incluindo Art Déco e Matisse
Outras regiões da França também recebem programações especiais.
- No Museu Camille Claudel, em Nogent-sur-Seine, bem como nos museus de Tours e Pont-Aven, a exposição “Nos tempos de Camille Claudel: ser escultora em Paris e além” destaca a trajetória de mulheres escultoras na virada do século XX. A mostra revela que Camille Claudel não foi um caso isolado, mas parte de um movimento de artistas mulheres que romperam barreiras em um meio predominantemente masculino.
- Em Lille, a exposição “Festas e Celebrações Flamengas” propõe um mergulho nas tradições coletivas do Norte da Europa entre os séculos XVI e XVII, explorando cerimônias públicas, casamentos e festas populares por meio de pinturas, gravuras, instrumentos musicais e objetos históricos.
- Na cidade de Bordeaux, a exposição “Comportadinho? A infância no olhar dos artistas” oferece um olhar sobre as representações da infância na arte francesa entre 1790 e 1850, abordando temas que vão da inocência às dificuldades sociais, passando por retratos clássicos e registros fotográficos da época.
- O centenário da Art Déco também ganha destaque em Valence (Drôme), com a exposição “A Art Déco das Regiões: Modernidades desconhecidas”, dedicada aos movimentos artísticos que floresceram longe da capital francesa. Mais de 300 obras revelam o talento de arquitetos, decoradores e artesãos que adaptaram o estilo geométrico e colorido ao contexto regional. A cidade de Limoges também participa das celebrações.
- Por fim, em Nice, a exposição “Matisse Mediterrâneo(s)” destaca a relação entre Henri Matisse e o mar Mediterrâneo, reconstituindo as viagens do artista pela Córsega, Nice, Argélia, Espanha, Itália e Marrocos. A mostra explora como a luz e os cenários mediterrâneos influenciaram profundamente a sua obra.
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