
O Ministério do Ensino Superior e Pesquisa publica uma nova edição de “O estado do emprego científico”.
Esta publicação estatística bienal de referência tem como objetivo fornecer um panorama completo das diversas áreas de atividade dos profissionais que fazem parte do emprego científico, tanto no setor público quanto no privado, na França. O primeiro dado a ser destacado: segundo este estudo, em 2022, o emprego científico na França registrou um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior. A França ocupa assim a 6ª posição mundial em termos de densidade de pesquisadores e a 7ª posição mundial em termos de capacidade de pesquisa, com 333.800 pesquisadores.
Além desses grandes números, destacam-se quatro capítulos importantes desta rica publicação que abrangem áreas emblemáticas em comparações internacionais: o número de empregos, a inserção profissional dos doutores, a participação das mulheres na pesquisa e a mobilidade internacional dos doutorandos e pesquisadores para a França.
Número e densidade de pesquisadores na Europa e no mundo
Em 2021, com 333.800 pesquisadores em equivalência de tempo integral (ETP Pesquisa), a França ocupa o 7º lugar mundial, atrás da China (2.405.500), dos Estados Unidos (1.639.300) e do Japão (704.500). Mas, dentro da União Europeia, a França é o segundo país com maior número de pesquisadores, ficando atrás apenas da Alemanha (461.600). Entre 2011 e 2021, o Ministério da Pesquisa destaca que o número de pesquisadores na França cresceu 34%, o que corresponde a uma taxa média anual de crescimento de 3%. Em comparação com os países melhor colocados em número de pesquisadores, o crescimento anual francês é mais rápido que o observado no Japão (+0,7%) e da mesma ordem que o da Alemanha (+3,1%).
Outro indicador mostra que, ainda em 2021, a França está na 6ª posição mundial em termos de densidade de pesquisadores. Os serviços estatísticos do ministério relacionaram o número de pesquisadores à população economicamente ativa, e a França, com 12 pesquisadores por mil empregados, fica na 6ª colocação mundial. Segundo o ministério, essa posição está acima da média da União Europeia e supera a da Alemanha.
Comparação internacional da inserção dos doutores
Segundo a publicação do ministério, em 2022, dentro da União Europeia, de cada 100 adultos entre 25 e 64 anos, 16 possuem mestrado e apenas um é doutor, precisamente 1,1% dos adultos (1% na França).
Em termos de acesso ao emprego, o doutorado oferece uma taxa melhor do que o mestrado: em média, nos países da União Europeia em 2022, a taxa de emprego para adultos com doutorado foi de 93%, contra 89% para aqueles com mestrado ou equivalente.
Na França, o diploma de doutorado favorece a inserção no mercado de trabalho quase tanto quanto na média dos países da UE: a taxa de emprego dos doutores entre 25 e 64 anos é de 92%, contra 90% para os titulados com mestrado ou equivalente. Vale destacar que essa vantagem é maior para as mulheres do que para os homens.
A participação das mulheres na pesquisa pública e privada
A participação feminina nos quadros de pesquisa pública tem crescido, especialmente nas categorias mais qualificadas, e também cresce dentro das empresas.
Em 2022, a proporção de mulheres entre os pesquisadores do setor público é de 41,5%, mas com grandes disparidades conforme o tipo de instituição. Na área da saúde, por exemplo nos centros hospitalares universitários, essa taxa é de 57,4%, enquanto nas universidades é de apenas 41,2%.
Entre as pesquisadoras no setor privado, a participação feminina é menor (23% das pesquisadoras e 30% do pessoal de apoio à pesquisa) do que no setor público. Também aqui há fortes disparidades entre os ramos de pesquisa. A indústria farmacêutica e a indústria química são os únicos setores que contabilizam mais mulheres do que homens em cargos de pesquisadoras.
Doutorandos e pesquisadores estrangeiros na França
O ministério destaca que "a França mantém há anos uma política de projeção internacional de sua pesquisa”. Assim, a participação dos estudantes estrangeiros “móveis” entre os doutorandos aumentou continuamente até 2009-2010. Atualmente, segundo o ministério, estima-se que haja 25.200 estudantes estrangeiros matriculados em doutorado no início do ano letivo de 2023.
Precisamente, 42% dos doutores formados em 2018 eram estrangeiros (considerando todos os campos de estudo). Entre aqueles empregados três anos depois, em 2021 (ano afetado pela pandemia), 53% trabalham na França, 28% no país de origem e 19% em outro país. Considerando todos os pesquisadores remunerados no setor público no final de 2022 (incluindo contratados), 15,1% são estrangeiros. Desses, 48% vêm da União Europeia, mas os outros dois continentes principais que fornecem doutorandos — África e Ásia — têm baixa representação nas instituições de ensino superior e centros de pesquisa: eles representam, respectivamente, 14% e 16% do total de pesquisadores estrangeiros.
No setor privado, em 2021, as empresas empregavam 19.300 pesquisadores estrangeiros, mais do que no setor público. Esses pesquisadores estrangeiros representam 6,6% do total dos pesquisadores privados, um número que vem crescendo consideravelmente desde 2015.
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